1. Imigração coreana e primeiros contatos culturais
A presença coreana no Brasil remonta aos anos 1960. Segundo dados da imigração, o primeiro grupo significativo chegou em 1963. Esses imigrantes se fixaram principalmente em São Paulo, no bairro Bom Retiro, e inseriram-se no comércio de confecções.
Ao longo dos anos, embora ainda minoritária, essa comunidade manteve vivas suas tradições culturais, com igrejas, templos, restaurantes e laços com a Coreia. Esse primeiro contato foi crucial para preparar o terreno da influência cultural que viria pelo entretenimento.
2. A explosão global da Hallyu: Gangnam Style e o efeito viral
Em 2012, o mundo inteiro entrou na dança de “Gangnam Style” de PSY. O hit viral abriu caminho para que a música, a cultura e os costumes sul-coreanos fossem discutidos globalmente — inclusive no Brasil.
Logo em seguida, o fenômeno BTS e outros grupos começaram a se apresentar no país, transformando eventos públicos em verdadeiras corridas por ingressos esgotados.
3. Doramas: janelas emocionais para culturas distantes
3.1 Doramas alcançando o Brasil via internet e streaming
Já em meados dos anos 2010, fansubs (legendas feitas por fãs) eram responsáveis por traduzir doramas coreanos, japoneses e chineses. Isso criou uma comunidade engajada antes mesmo de plataformas como Netflix e Viki se consolidarem no país.
Durante a pandemia, o acesso por streaming tornou-se massivo: o Brasil foi o terceiro maior consumidor de doramas no mundo. Plataformas como Viki, Kocowa e Netflix (com “Round 6”, “The Glory”, entre outros) foram essenciais nesse crescimento.
3.2 Por que doramas conquistam tanto?
- Romance suave e genuíno, diferente das novelas ocidentais.
- Gêneros diversos: comédia romântica, fantasia, drama histórico, suspense.
- Narrativas familiares, menos violência e sexualização.
- Uma janela para a cultura e costumes asiáticos, promovendo interesse por turismo e estilo de vida.
4. K-pop: música, idols e fandom brasileiro
A paixão brasileira por K-pop também ajuda a explicar a Onda Asiática no Brasil. O país é o quinto maior consumidor de K-pop no Spotify.
Além disso, grandes shows internacionais como os do BTS, Stray Kids e Cha Eun Woo esgotaram ingressos rapidamente.
Esse ecossistema formado por música, doramas e consumo cultural reforça uma marca: a Ásia, especialmente a Coreia, deixou de ser exótica e passou a fazer parte da rotina.
5. Gastronomia, turismo e consumo cultural no Brasil
- Restaurantes coreanos e japoneses se tornaram populares, especialmente nas capitais.
- Turismo asiático cresceu com o “efeito Netflix”, incentivando visitas à Coreia e ao Japão.
- Produtos de beleza coreanos se tornaram tendência entre jovens brasileiros.
- Produções nacionais com estética Hallyu começaram a surgir, como “Além do Guarda-Roupa”.
6. Dados que mostram o tamanho da Onda Asiática no Brasil
Indicador | Brasil |
---|---|
Streaming | 3º maior consumidor de doramas no mundo |
Música | 5º maior ouvinte de K-pop no Spotify |
Shows | BTS esgotou apresentações em 2019 |
Eventos | Turnês de idols como Cha Eun Woo |
Produção local | “Além do Guarda-Roupa” é o 1º k-drama brasileiro |
7. O futuro da Onda Asiática no Brasil
7.1 Produções nacionais
A popularidade levou à produção local de doramas — como “Além do Guarda-Roupa” na HBO Max. É provável que outras plataformas também apostem em conteúdos no estilo K-drama feito no Brasil.
7.2 Mais eventos e turismo
Shows de idols continuam movimentando agendas, enquanto pacotes de turismo para Coreia e Japão crescem.
7.3 Influência econômica e cultural
A importação de produtos culturais e o fortalecimento do soft power asiático mostram que a Onda Asiática no Brasil não é passageira: é um fenômeno transformador.
A Onda Asiática no Brasil é fruto de uma construção de décadas. Hoje, influencia a forma como os brasileiros se vestem, ouvem música, assistem séries e até se alimentam. Com produções locais, eventos e uma comunidade ativa, essa onda só tende a crescer.